Administração
(Merton)
Uma estrutura social, racionalmente organizada, envolve padrões de atividade claramente definidos, nos quais, segundo a maneira ideal, cada série ou conjunto de ações está funcionalmente relacionado com os propósitos da organização. Em tal organização existe integrada uma série de cargos, de posições hierárquicas, que encerram determinado número de obrigações e privilégios, estreitamente definidos por meio de regras limitadas e específicas. Cada um destes cargos abrange uma área ou setor de competência e de responsabilidade. A autoridade - o poder de controle resultante de uma posição reconhecida - é inerente ao cargo e não ao indivíduo específico que desempenha o papel oficial. A ação oficial comumente ocorre dentro da estrutura das regras preexistentes da organização. O sistema de relações preestabelecidas entre os diversos cargos envolve considerável grau de formalidade e distância social, claramente definida entre os ocupantes destas posições. A formalidade se manifesta por meio de um ritual social mais ou menos complexo, que simboliza e apóia a ordem em conflito, existente nas diversas funções. Tal formalidade, que se integra com a distribuição de autoridade dentro do sistema, serve para reduzir ao mínimo o atrito, por via do contato (oficial) amplamente restritivo, em relação a maneiras previamente definidas pelas regras da organização. Assim se forma a capacidade de avaliação pronta do comportamento de terceiros, inclusive um conjunto estável de expectativas mútuas. Além disso, a formalidade facilita a interação dos ocupantes dos cargos, não obstante suas atitudes particulares (provavelmente hostis) entre si. Desta forma, o subordinado está protegido da ação arbitrária do seu superior, dado que as ações de ambos se processam dentro de um conjunto mutuamente reconhecido de regras. Dispositivos processuais específicos promovem a objetividade e evitam a "rápida passagem do impulso a ação".
A ESTRUTURA DA