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Por Ana Francisca Moreira de Souza Sanden *
Publicado em 09/09/2005 - 00:01
1. Participação das mulheres no mercado de trabalho
Não há dúvida de que as mulheres representam hoje no Brasil uma parcela significativa do mercado de trabalho. Na maior metrópole do nosso país, São Paulo, segundo dados do DIEESE, a taxa de participação feminina no mercado de trabalho cresceu 8,9%, enquanto a masculina caiu 3,6%, isto no período de 1989 a 1996.
Cabe então perguntar se o mercado de trabalho estaria crescendo na região e atraindo as mulheres com ofertas de muitos e bons empregos ou se a elevação da participação feminina estaria relacionada à deterioração da renda e à necessidade de contribuir para a sobrevivência da família. Outra pergunta que se faz é se o lugar oferecido à mulher no mercado de trabalho está sujeito às mesmas condições que aquele oferecido ao gênero masculino.
2. A mulher e o mercado de trabalho no Brasil
Os indicadores de desemprego no período estudado na região de São Paulo dizem que o aumento do desemprego se deu em razão da menor capacidade do mercado de trabalho da Grande São Paulo para gerar postos em quantidades suficientes e no ritmo necessário para incorporar toda a população disponível para trabalhar. As mulheres apresentaram taxas de desemprego bastante superiores às registradas nas mesmas faixas etárias para os homens, exceto para os segmentos considerados não reprodutivos (menores de 15 anos ou com 40 e mais anos) em que são bastante similares às registradas para os homens das mesmas idades. Este último dado indica que há discriminação de gênero e ela está associada à gestação e à criação de filhos, responsabilidade que na nossa sociedade é quase que exclusiva das mulheres. Há ainda outros dados que indicam claramente a desigualdade da mulher no mercado de trabalho em São Paulo. Em relação às condições de trabalho, verificou-se que o padrão de ocupação das mulheres no mercado