ADMFINANCEIRA

A partir do final de 2011, o governo Dilma pôs em prática a chamada “nova matriz econômica”. Essa matriz consistia em fazer uma combinação de políticas monetárias e fiscais mais frouxas, ampliando o crédito barato por meio dos bancos públicos e uma taxa de câmbio mais desvalorizada.
Em 31 de agosto de 2011, o comitê de política monetária iniciou um longo ciclo de corte dos juros, que durou até outubro de 2012. Ao todo, a Selic caiu de 12,50% para 7,25%, patamar que durou até abril de 2013. Durante esse período os juros reais ficaram abaixo de 2% ao ano. A iniciativa do Banco Central surpreendeu porque o afrouxamento da política monetária ocorreu a despeito de as expectativas de inflação e a própria, estarem bem acima da meta de 4,5%.
No início de 2012, a política fiscal também foi afrouxada, com uma redução considerável do superávit primário. A maior parte dessa queda resultou de incentivos fiscais voltados para promover o gasto privado e para diminuir alguns preços-chave, contribuindo para manter a inflação controlada.
Podemos apontar quatro principais fatores que explicam possíveis motivações da adoção da nova matriz :
1- Pela crença que seria possível baixar a taxa de juros real sem impacto sobre a inflação. Ao baixar a Selic e o juros cobrados pelos bancos públicos, o governo esperava que as taxas de juros domésticas caíssem ao padrão internacional sem outras conseqüências.
2- Temia a desindustrialização, porém a nova matriz fracassou em promover a indústria que continuou a perder participação no PIB.
3- Houve um componente de soberba materializado por um lado, na percepção de que as empresas topariam qualquer coisa para investir no Brasil, não importando quão restritivos fossem os termos impostos, e por outro lado, na visão de que o governo sabia mais que o mercado e devia liderar o processo de desenvolvimento.
4- Quando a economia desacelerou o governo acreditava que o cenário se devia à falta de demanda. Até hoje parece acreditar nessa leitura.
O caráter