ADESIVOS ODONTOLÓGICOS - Prof Dr Fernando Mandarino
1 Introdução
O maior problema da Dentística Restauradora era a falta de adesão dos materiais restauradores às estruturas dentárias, a qual permitia uma infiltração marginal, que leva à descoloração marginal, fraturas marginais, reincidência de cárie, sensibilidade pós-operatória e reações pulpares
(8,31)
. No entanto, através da introdução da técnica do condicionamento ácido do
esmalte por Buonocore
(9)
, em 1955, criou-se uma nova perspectiva nos procedimentos
restauradores dando início à Odontologia Adesiva.
O condicionamento ácido do esmalte cria uma descalcificação seletiva, formando poros.
Esses poros na superfície do esmalte aumenta o embricamento mecânico pela penetração da resina formando o que se chama de “tags” permitindo a adesão(22). A adesão ao esmalte é um processo universalmente aceito e de efetividade comprovada, entretanto, nem sempre as margens de uma restauração estão exclusivamente em esmalte(18, 20). Com a finalidade de obter o mesmo sucesso que o condicionamento ácido do esmalte, esta técnica foi realizada na dentina, sem contudo obtê-lo, pois apesar do esmalte e a dentina serem tecidos mineralizados e conterem os mesmos componentes inorgânicos, apresentam diferenças morfológicas e na composição orgânica, que são fundamentais no processo de adesão nesses tecidos(9). A dentina é um tecido histologicamente complexo, predominantemente tubular, com a presença de umidade e prolongamentos odontoblásticos, fatores estes que dificultam a adesão dos materiais a sua superfície. Com a evolução dos sistemas adesivos, conseguiu-se uma melhora na capacidade de adesão e redução da microinfiltração marginal em dentina. Para isso, houve a necessidade de realizar procedimentos invasivos nesse tecido que poderiam acarretar danos à polpa, uma vez que, a dentina abriga em seu interior prolongamentos de células do tecido pulpar, portanto, não podendo ser considerada um