abordagem sistêmica em saúde do adolescente e susa famílias
Autores: Helena Fonseca1 PDF Português
Como citar este Artigo
No coração da terapia sistêmica reside a suposição de que os seres humanos, na sua interação uns com os outros, fazem convites para se juntarem numa dança de adaptação mútua.
Jones, 1998
INTRODUÇÃO
Podemos definir as grandes alterações que ocorrem na adolescência em três níveis:
mudanças ao nível do corpo;
alteração nas relações com os pares;
modificação do modelo relacional com os pais.
A construção psicológica do adolescente tem em conta a sua história pessoal e as suas novas competências sexuais, cognitivas e sociais. O meio familiar, tal como o social, permite fazer a ponte entre os espaços psíquico e somático, que são indissociáveis. O que acontecer num subsistema no qual o adolescente esteja envolvido perturbará o que acontecerá nos outros.
O conhecimento dos marcos do desenvolvimento psicológico e o estudo das teorias sistêmicas têm ajudado muito a entender a dinâmica da relação do adolescente com os vários subsistemas em que se move.
As tarefas da adolescência poderão ser facilitadas ou, pelo contrário, dificultadas pelo sistema familiar. A família é um sistema aberto em constante interação com o meio. As diferentes fases do ciclo de vida implicam a realização de tarefas próprias, havendo necessidade de reestruturação do sistema para desempenhá-las.
A estrutura familiar tem essencialmente duas vertentes: uma homeostática, favorecedora da permanência e da continuidade, e outra transforma dora, que consiste na capacidade que tem a família de viver as crises adaptativas e reencontrar um novo equilíbrio. Assim, poderemos entender a crise como algo que não é, em si mesmo, necessariamente patológico. A cristalização do sintoma, isso sim, é que poderá ser sinal de patologia.
Numa família com adolescentes assiste-se a uma mudança na relação pais/filhos, a um aumento da