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A FORMAÇÃO DE SEUS PROFESSORES
Guy Capdeville*
Os sistemas escolares dos países ocidentais têm suas raízes plantadas na alta Idade Média, o que explica suas grandes afinidades, apesar das diferenças históricas, culturais, econômicas e sociais dos povos a que pertencem. Por outro lado, o mundo moderno, com seus meios de comunicação e com todos os recursos postos à disposição da humanidade pela Ciência e Tecnologia, vem estreitando o relacionamento e a interdependência entre os povos, diminuindo suas diferenças e conduzindo-os à busca de caminhos análogos para vencer obstáculos iguais. Acredita-se que pode ser útil conhecer como povos diferentes enfrentam desafios parecidos. O presente artigo apresenta três sistemas escolares, de três países, mostra como funcionam e indica as suas opções para a formação de seu pessoal docente. Seu objetivo é, apenas, descrever os sistemas que apresenta.
O sistema escolar alemão
O atual sistema escolar alemão, em suas linhas gerais, funciona, como tal, há 65 anos. Foi a República de Weimar que introduziu a
Grundschule (Escola Básica ou Primária), como parte da então exis-
' Pró-Diretor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão das FICB/UBEC (Católica de
Brasília).
Em Aberto, Brasília, ano 14, n.64, out./dez. 1994
tente Volksschule (Escola do Povo), de oito anos. A Grundschule, de quatro anos, abria caminho para a Hauptschule (Escola Principal) e o
Gymnasium (Liceu), de seis anos. As crianças que entravam para a
Realschule (Colégio de Ensino Geral) ou para o Gymnasium tinham que pagar taxas. Por isto, durante muito tempo, o tipo da escola freqüentada pelas crianças dependia da situação financeira de seus pais, gerando ou consagrando desigualdades de tratamento e de oportunidades. Por estes e outros motivos, após a Segunda Guerra, os países que ocupavam a Alemanha sugeriram inúmeras reformas de seu sistema educacional.
Em 1964, uma comissão americana sobre educação pediu uma reforma