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9249 palavras 37 páginas
Filosofia Unisinos
9(3):243-257, set/dez 2008
© 2008 by Unisinos – doi: 10.4013/fsu.20083.05

Mundo e alienação na obra de Hannah Arendt
World and alienation in Hannah Arendt’s
Rodrigo Ribeiro Alves Neto1 ribeiro76@globo.com RESUMO: Este estudo apresenta uma interpretação da reflexão de Hannah
Arendt acerca do homem com um “ser do mundo” e sobre as mais gerais condições mundanas da existência humana. Nele é analisado de que modo, através do exame da inédita desmundanização totalitária, Arendt reconsiderou criticamente a “alienação” pré-moderna e moderna expressa de formas distintas tanto no quadro conceitual da filosofia política tradicional quanto na histórica ordenação hierárquica dos mais básicos engajamentos ativos (trabalho, fabricação e ação) e não-ativos (pensamento) do homem com o mundo. A alienação do mundo significa literalmente uma negação do cosmo (mundus, em latim), uma degradação de tudo que vincula o homem ao mundo humano e comum, ou ainda, um desequilíbrio na plena instituição e preservação do mundo, sobretudo do “lado público do mundo”. Este estudo almeja elucidar, portanto, em que medida os regimes totalitários desataram o fio da história ocidental, indicando o surgimento de novas experiências que, opacas à luz do legado filosófico tradicional, iluminam o passado e os “transes do nosso tempo”, ainda tão vigentes no trânsito das sociedades modernas para o século XXI.
Palavras-chave: Hannah Arendt, totalitarismo, ação, pensamento, ciência, tecnologia, filosofia política.
ABSTRACT: This study presents an interpretation of Hannah Arendt’s reflection on man as a “being of the world” as well as the most general worldly conditions of human existence. By examining the untold totalitarian deworldlization, it aims at analyzing the extent to which Arendt critically reconsidered the pre-modern and modern “alienation”, distinctly expressed both in the conceptual scenario of the traditional political philosophy and in the history of hierarchical assortment
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