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A Pobreza Relativa
A pobreza é um fenômeno complexo que se distingue da desigualdade e da exclusão social e comporta uma forte dimensão relacional. Considera-se que está numa situação de pobreza relativa quando o seu nível de vida é inferior ao padrão médio estabelecido para determinada sociedade, o que é indicativo de situações de exclusão social. A direção de situações de pobreza passa pela avaliação de várias dimensões de existência, como a habitação, a situação na profissão, o nível de habilitações e as próprias condições de saúde.
O fenômeno multidimensional da pobreza é, normalmente, explicado a partir de duas perspectivas: a "culturalista" e a "estruturalista" ou sociodinâmica. Para a primeira, proposta por Oscar Lewis, a pobreza é um fenômeno que se produz no interior de cada subcultura. Para a estruturalista, a pobreza é um fenômeno gerado por causas externas, que atuam na gênese de desigualdades de oportunidades relativas à educação, à participação política e aos rendimentos de vários grupos sociais, perante as quais os respectivos membros têm uma margem de reação reduzida. Tomadas em conjunto, estas abordagens permitem conceber a pobreza como resultado de uma construção social circunstanciada e, por isso, os fatores preponderantes do seu desenvolvimento, numa dada altura, podem não ser os mesmos que atuam noutra, o que significa que ela pode ser apenas temporária. Há sempre necessidade de distinguir o lado objetivo da pobreza, ligado às deficiências reais, ao nível dos vários recursos que permitem a integração, e o lado subjetivo, relacionado com as representações e perceções do indivíduo ou grupo relativamente à sua situação de pobreza. Estas têm a ver com as perceções e as expectativas relativas ao papel e à eficácia das instituições sociais, que exacerbam ou reduzem a própria visibilidade social da pobreza. Daí a necessidade de distinguir a pobreza primária, que resulta de uma efetiva ausência de recursos materiais de existência, da pobreza

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