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8555 palavras
35 páginas
SMAD, Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. (Ed. port.) 2010 Nov; 6(Especial):409‐38 A CONSTRUÇÃO DO SABER EM ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA: UMA ABORDAGEM HISTÓRICOCRÍTICA
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Teresa Cristina da Silva1; Débora Isane Ratner Kirschbaum2
A enfermagem surge no campo da psiquiatria inicialmente enquanto saber subsidiário à prática médica. Tal origem fornece elementos para que se construam os primórdios de uma identidade profissional, sustentada por saberes, e, nesse momento, ainda, não específicos da enfermagem psiquiátrica. Sabe-se que, no entanto, esse saber formalizado e sistematizado só se constituirá como tal a partir dos anos 50, momento em que estão associadas as primeiras teorizações da prática de enfermagem psiquiátrica. O objetivo desse artigo foi refletir sobre os saberes da enfermagem psiquiátrica em sua especificidade, numa perspectiva histórico-crítica.
Trata-se de reflexão acerca dos saberes da enfermagem psiquiátrica, sustentada em revisão bibliográfica (realizada nas bases MEDLINEe CINAHL) que utiliza uma cena clínica fictícia como estratégia de recorte para análise. As análises fundamentam-se nas elaborações lacanianas acerca da ciência, do saber e na sua teorização dos discursos, bem como na análise empreendida por Almeida e Rocha acerca dos saberes de enfermagem. Assim, analisaram-se, aqui, os saberes de enfermagem psiquiátrica em suas duas frentes: uma formal e sistematizada e outra informal, não sistematizada, dentro dos moldes científicos, ambas determinando e/ou influenciando as práticas de enfermagem psiquiátrica desde seus primórdios. Refletiu-se acerca dos avanços alcançados, mas, também, dos efeitos advindos da negação do saber específico da enfermagem. Diante das inúmeras pesquisas e reflexões publicadas há consenso: a premência de se construir novos saberes e fazeres. Acredita-se, firmemente, na pertinência, relevância e urgência de se debruçar sobre os saberes específicos, retomando ou reconhecendo os mestres, questionando-os em busca de