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an Gehl fala sobre cidades e escala humanaJan Gehl fala sobre o planejamento das cidades e a lacuna que existe ao se pensar primeiro nas formas do edifício, no skyline, na cidade vista do avião e se esquecer das pessoas e da vida urbana
Por Bianca Antunes Foto Ashley Bristowe
Edição 215 - Dezembro/2011
Nos últimos 50 anos, a dimensão humana foi seriamente negligenciada no planejamento urbano. Para Jan Gehl há falta de estudos e de visão dos urbanistas para o que chama de ground floor - o térreo, o nível da rua. É entre os edifícios que todos vivemos e esse espaço está cada vez mais negligenciado. "Pela primeira vez na história da humanidade cidades não são construídas como conglomerações de espaços urbanos, mas como edificações individuais", adverte em seu último livro, Cities for people. Contra o modelo das cidades modernistas - e, entre elas, o grande exemplo de Brasília -, Jan Gehl busca a cidade criada para as pessoas, para o convívio ao nível dos olhos, para a qualidade de vida. Nada de busca pela forma, mas pela escala humana. Nesse cenário, a prioridade dada aos carros é um dos principais inimigos. "O carro espreme a vida urbana para fora do espaço público", analisa. Jan Gehl se formou em 1960 em Copenhague, uma cidade que é prova de que, com vontade política, podese transformar a qualidade da mobilidade urbana - hoje, 37% das viagens na cidade são feitas por bicicleta e o objetivo é chegar a 50% em 2015. Com o Gehl Architects, fundado em 2000, Jan tornou-se consultor em projetos que buscam humanizar espaços: trânsito compartilhado, ciclovias, revitalização dos centros, maior densidade. No currículo, estão cidades como Melbourne, Estocolmo, Nova York e Cidade do México. Entre um projeto e outro, e se preparando para uma viagem à Rússia, Jan conversou com a equipe de AU por telefone, e carimbou sua participação nesta edição sobre mobilidade.
Essa forma de enxergar a arquitetura na escala humana lhe foi passada já na universidade?
Eu me graduei em