3744 8541 1 PB
Gerson Tenório dos Santos
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RESUMO
Nosso objetivo neste artigo é discutir com base nas propostas teóricas de Umberto Eco o papel do leitor no processo de interpretação da obra literária e a questão dos limites da interpretação tal qual foi colocada por vários autores, especialmente pelo semioticista
Charles Sanders Peirce e o filósofo Jacques Derrida. Eco, na mesma direção de Barthes, tem sido um dos principais teóricos a colocar o problema da interpretação da obra literária na relação texto-leitor, deslocando-a da relação autor-texto e destacando o papel ativo e criador do leitor na interpretação de um texto literário. Para tanto,
Eco se vale, assim como Derrida, do conceito de semiose ilimitada de Peirce. Porém, diferentemente do filósofo da desconstrução, advoga que a leitura do texto literário não permite toda sorte de interpretação. 94
Kalíope, São Paulo, ano 3, n. 2, p. 94-111, jul./dez., 2007.
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ABSTRACT
Our aim in this article is to discuss, based on the Umberto Eco’s textual semiotics theory, the role of the reader in the process of interpretation of the literary work and the problem of the limit of interpretation as posed by many authors, especially by the semiotician Charles Sanders Peirce and the philosopher Jacques
Derrida. Eco, along with Barthes, has been one of the main theorists to consider the problem of interpretation of the literary work in the text-reader relation, dislocating it of the author-text relation and stressing the active and creative role of the reader in the interpretation of the literary work. For this purpose, Eco, as well as Derrida, makes use of the peircean concept of unlimited semioses. However, differently of the deconstruction philosopher,
Eco advocates that the reading of the literary text does not permit all kind of interpretation.
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PALAVRAS-CHAVE leitor-modelo; Umberto Eco; limite da interpretação; semiose ilimitada; semiótica