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Prestem atenção no que eu digo, pois eu não falo por mal: os adultos que me perdoem, mas ser criança é legal!
Vocês já esqueceram, eu sei.
Por isso eu vou lhes lembrar: pra que ver por cima do muro, se é mais gostoso escalar?
Pra que perder tempo engordando, se é mais gostoso brincar?
Pra que fazer cara tão séria, se é mais gostoso sonhar?
Se vocês olham pra gente, é chão que vêem por trás.
Pra nós, atrás de vocês, há o céu, há muito, muito mais!
Quando julgarem o que eu faço, olhem seus próprios narizes: lá no seu tempo de infância, será que não foram felizes?
Mas se tudo o que fizeram já fugiu de sua lembrança, fiquem sabendo o que eu quero: mais respeito eu sou criança! Quem é Pedro Bandeira? Pedro Bandeira nasceu em Santos no ano de 1942, mora em São Paulo desde 1961, onde o autor fez faculdade, foi ator de teatro, editor, jornalista e publicitário, porém desde 1983 passou a ser somente escritor.
Livro “Mais respeito eu sou criança”: A poesia colocada acima foi retirada do livro “Mais respeito eu sou criança”, a poesia e o livro possuem o mesmo nome devido ao fato de essa poesia ser a chave de criação do livro, pois para o autor “Fazer poesia é tirar retrato da alma”, ele diz no final do livro que escreveu essa poesia e todas as outras que fazem parte do livro, para dizer melhor o que uma criança sente em relação ao que os adultos pensam dela, o autor levanta os seguintes questionamentos, os quais justificam sua motivação para a publicação da obra: “Todo mundo diz que as crianças devem respeitar os adultos. E os adultos? Não devem respeitar as crianças?”. É a partir desses questionamentos que iremos pautar a nossa análise. Na poesia apresentada, o tema principal em discussão é porque os adultos tratam as crianças como se eles nunca tivessem tido infância e não soubessem o quanto é bom fazer “traquinagens”, “bagunçar” e etc. Primeiramente a poesia faz uma