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No Brasil, o clima era de festa, otimismo e mudança: acabávamos de sair de um período de 24 anos de dominação da ditadura militar, regime que massacrou a juventude, oprimiu e empobreceu a sociedade em todos os aspectos. Enquanto isso, em Uberlândia – MG, um grupo de universitários, engajado com a transição democrática, sonhava em construir um projeto de Educação transformador.“Nós éramos jovens demais, imaturos demais, inexperientes demais, mas, em compensação, sonhadores demais também. Queríamos construir uma escola boa e diferente das escolas em que havíamos estudado. Queríamos reinventar a escola para que ela pudesse servir ao propósito de ajudar a mudar para melhor o nosso mundo. Queríamos torná-lo mais justo, democrático, solidário e cheio de arte.”
Supletivo Nacional
supletivoGuiados pela vontade de fazer da educação um instrumento de mudança e construção da cidadania, esses universitários criaram, em 1985, o Supletivo Nacional de 1º e 2º graus.
“Queríamos contribuir com uma legião de trabalhadores e donas de casa que tiveram que abandonar os estudos em idade escolar. Pessoas que precisavam resgatar seu diploma em um país cujas exigências profissionais começavam a valorizar a educação aliada a níveis de ensino.”
Nesse momento, seu sonho era abrigado por um velho barracão de dois cômodos na Rua Caiapônia, nº 89, na região central de Uberlândia. O Supletivo Nacional contou com a confiança de cerca de 200 alunos, que estudavam em carteiras emprestadas de uma paróquia do bairro. Mas, em janeiro de 1986, com uma evasão típica do ensino de suplência, o curso estava tecnicamente falido. Como o propósito era maior do que qualquer adversidade, reinventaram novas formas de caminhar.
E contaram com pessoas boas demais nessa travessia, que ajudaram a tornar realidade um sonho que não era de um ou de outro, mas de todos. Parceiros-irmãos decisivos para o entendimento das circunstâncias, para a reflexão sobre a prática, para o exercício da