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A MUNDIALIZAÇÃO DA CULTURA E OS
PROCESSOS DE HOMOGENEIZAÇÃO E
FORMAÇÃO DA CULTURA GLOBAL
Thatyane Roberta de Castro Costa1
Neste artigo, cultura e globalização serão colocadas em perspectiva através da análise das influências e dos questionamentos resultantes da interação entre elas. Irei justificar a importância do aspecto cultural na análise da globalização e as razões de minha escolha por esse campo de estudo em detrimento do econômico. Para tanto, irei definir o que entendo por cultura e destacar suas especificidades que contribuirão para os debates que serão sugeridos.
A partir dessas discussões, analisarei o fenômeno da mundialização cultural e os debates de maior relevância sobre globalização e cultura.
O primeiro deles trata da existência ou não da formação de um processo de homogeneização cultural global, o qual estaria tornando culturas locais meros obstáculos a serem dominados e sobrepostos pela cultura ocidental, especificamente a norte-americana. O argumento construído em torno da ocidentalização ou americanização cultural é freqüentemente defendido por ativistas de movimentos
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antiglobalização . O segundo debate que analiso diz respeito às conseqüências acerca da existência de uma cultura global.
O avanço do processo de globalização pode ser considerado como uma das marcas do mundo moderno. Globalizam-se as empresas, os mercados, as economias, etc. O enfoque de algumas análises e discussões sobre globalização enfatiza os campos econômico e financeiro em detrimento dos campos cultural ou social, por exemplo.
Segundo essas análises as economias nacionais não sobreviverão isoladas e necessariamente deverão estar em contato umas com as outras, intensificando os fluxos comerciais, financeiros e sociais. Ao
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Graduada em Relações Internacionais pelo UniCEUB, no 2o. semestre de 2003.
Ver, por exemplo, Naomi Klein. Sem logo. A tirania das marcas num mundo vendido. Rio de Janeiro: Record, 2002.
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Universitas - Relações Int., Brasília, v. 2, n.1, p.