25 De Abril Dscoloniza Es
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25 de Abril3ºD
A
Descolonização
O RECONHECIMENTO
DOS
MOVIMENTOS NACIONALISTAS
EO
PROCESSO DE DESCOLONIZAÇÃO
O outro processo imediatamente iniciado foi a
descolonização (o terceiro dos “D” que nortearam a revolução: Democracia,
Desenvolvimento e Descolonização).
Logo na noite do 25 de Abril, por pressão do
general Spínola, a afirmação do «claro reconhecimento do direito à autodeterminação» dos territórios africanos, que constava do programa previamente elaborado pelo MFA, foi eliminada.
Em seu lugar declarava-se, apenas, a intenção de implementar «uma política ultramarina que conduza à paz».
O país dividiu-se no caminho a tomar.
Como o próprio Spínola reconheceria mais
tarde, o tempo em que teria sido possível adotar o modelo federalista que advogara em
Portugal e o Futuro tinha, há muito, passado.
Ainda no rescaldo do golpe militar, as
pressões internacionais começam a fazer-se sentir. A 10 de maio, a ONU e a OUA (Organização da
União Africana) apelam à Junta de Salvação
Nacional para que, inequivocamente, consagre o princípio da independência das colónias. Durante os meses que se seguiram, a OUA
interferiu no processo negocial exigindo a independência de todos os territórios.
Os movimentos de libertação unem-se no mesmo sentido.
A nível interno, a «independência pura e
simples» das colónias colhia o apoio da maioria dos partidos que se legalizaram depois do 25 de Abril e também nesse sentido se orientavam os apelos das manifestações.
É nesta conjuntura que o Conselho de
Estado aprova a Lei 7/74, reconhecendo o direito das colónias à independência, decisão que o presidente da República comunica aos Portugueses, a 27 de julho, numa declaração considerada «histórica».
Intensificam-se, então, as negociações com o
PAIGE (para a Guiné e Cabo Verde), a FRELIMO
(para Moçambique) e o MPLA, a FNLA e a
UNITA (para Angola), únicos movimentos aos quais Portugal reconhece legitimidade para representarem o povo dos respetivos
territórios.