24 de agosto de 1954

60 anos: Saindo da vida para entrar na história

24 de agosto de 1954 – Getúlio Vargas se encontra do Palácio do Catete, sozinho. Está ciente de que tomará a decisão mais importante de sua vida em algumas horas. O seu governo estava passando por uma grande crise política, já não possuía mais o domínio da situação. Assim, já possuía a consciência de que o golpe militar estava por vir. Nas primeiras horas do dia 24, sua filha Alzira havia lhe informado que o dia D estava marcado e seria no dia seguinte, 25 de agosto. Derrotado como político precisava “vencer” como homem. “Desde os dias iniciais da crise daquele mês de agosto sentia-se preparado para aquele momento. Ou melhor: desde a mocidade, desde os primeiros anos de sua vida decidira-se a vencer, com a vitória extrema, a hora extrema de uma decisão extrema.” (CONY, Carlos Heitor. “Quem matou Vargas”).
Desde a sua volta ao congresso em 1951, havia certa restrição com o presidente. A situação de Getúlio passou a ficar insustentável devido à corrupção que rondava pessoas próximas a ele, como o seu filho, por exemplo. Mas o ápice foi no dia 5 de agosto, quando Carlos Lacerda sofreu um atentado. O tiro acabou atingindo o major Rubens Vaz. Lacerda, que era inimigo declarado de Vargas, apareceu em público, carregado, por causa de um ferimento no pé. Logo após, acusou o atual presidente pelo ocorrido. Vargas criou muitas leis trabalhistas, como o salário mínimo e a carteira de trabalho, direito de férias remuneradas, regulamentação do trabalho do menor e da mulher, entre outras. Com isso, conquistou boa parte da população mais pobre no Brasil. Sendo assim, ficou conhecido como “pai dos pobres”. O povo era receoso de que com a morte do presidente, as ações nacionais desenvolvimentistas e trabalhistas chegassem ao fim. Ações essas, que vinham sendo feitas desde o início do seu governo, em 1930 até 1945. Logo após, no seu segundo mandato, de 1951 a agosto de 1954. Devido a todos esses fatos, a morte de Getúlio comoveu