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A ÉTICA NA CIDADE FELIZ Aristóteles (383-322 a.C.), observando a cidade de Atenas, neste olhar para a história, emite juízos de valores em suas duas obras clássicas: O Político e Ética a Nicômaco. Esses textos se entrelaçam numa mesma dimensão política, na constituição de uma Acidade feliz e livre. Na abertura da Ética a Nicômaco, Aristóteles aplica o termo política a um assunto único – a ciência da felicidade humana – subdividido em duas partes: a primeira é a ética e a segunda é a política propriamente dita. A felicidade humana consistiria em uma certa maneira de viver, e a vida de um homem é resultado do meio em que ele existe, das leis, dos costumes e das instituições adotadas pela comunidade à qual ele pertence. A meta da política é descobrir primeiro a maneira de viver (bios) que leva a felicidade humana, e depois a forma de governo e as instituições sociais capazes de assegurar aquela maneira de viver. A primeira tarefa leva ao estudo do caráter (ethos), objeto da Ética a Nicômaco; a última conduz ao estudo da constituição da cidade-estado, objeto da Política. Esta, portanto, é uma seqüência da Ética, e é a segunda parte de um tratado único, embora seu título corresponda à totalidade do assunto. A Política é, assim, aquela ciência cujo fim é “o bem propriamente humano” e este fim é o bem comum. Por isso, Aristóteles considera a política e a ciência prática “arquitetônica”, isto é, que estrutura as ações e as produções humanas. A afirmação aristotélica, segundo a qual o “homem é naturalmente um animal político” (politikón zoõn), deve ser levada a sério, pois ela define o humanismo que Aristóteles reconhece e propõe. Aquele que “fosse incapaz de integrar-se numa comunidade (koinonia), o que seja auto-suficiente a ponto de não ter necessidade de faze-lo, não é parte de uma cidade (polis), por ser um animal selvagem ou um deus”. A ética grega é uma ética natural, finalista procura um fim, um bem