2014 Citotecnicos No Brasil
Brasil
Luiz Antonio Teixeira (*) y Leticia Pumar (**)
(*) Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz, Rio de Janeiro. teixeira@fiocruz.br
(**) Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz, Rio de Janeiro. leticiapumar@gmail.com
Dynamis
[0211-9536] 2014; 34 (1): 49-72 http://dx.doi.org/10.4321/S0211-95362014000100004 Fecha de recepción: 27 de septiembre de 2012
Fecha de aceptación: 17 de julio de 2013
SUMÁRIO: 1.—Introdução. 2.—A ferramenta adequada para o trabalho. 3.—O programa nacional de screening. 4.—O citotécnico entre o público e o privado. 5.—Disputas pela supervisão do trabalho. 6.—Qual o grupo certo para o trabalho? 7.—Citotécnicos: um grupo em mobilização.
8.—Considerações finais.
RESUMO: A apropriação e utilização do teste de Papanicolaou como tecnologia fundamental para o controle do câncer de colo do útero no Brasil foi fruto de escolhas, acordos e embates entre determinados grupos profissionais (médicos de diferentes especialidades, farmacêuticos, biólogos, biomédicos e citotécnicos). Na primeira parte do trabalho apresentamos o processo de formulação das primeiras campanhas de rastreamento populacional com uso do teste Papanicolaou no país e, consequentemente, o surgimento da profissão de citotécnicos (profissionais dedicados a leitura das lâminas de Papanicolaou). Num segundo momento, partimos de algumas questões levantadas pela historiografia internacional no campo da história das ciências e das técnicas para discutimos as peculiaridades do processo de apropriação do teste Papanicolaou no contexto brasileiro. Priorizamos as questões relativas aos debates entre diferentes grupos profissionais envolvidos com a lógica desse exame e às relações entre os setores públicos e privados de saúde. Demonstramos que as visões distintas sobre essa tecnologia no campo de diferentes disciplinas e a relação destas com a dinâmica do mercado de trabalho moldam a trajetória da profissão