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Religião em movimento: relações entre religião e modernidade Campos 11(1): 65-83, 2010.RELIGIÃO E MODERNIDADE: PERSPECTIVAS DA SOCIOLOGIA
CLÁSSICA
No âmbito das discussões empreendidas pelos clássicos do pensamento social moderno, a temática da origem e dos efeitos da modernidade assume um papel fundamental. Se pensarmos na primeira geração de intelectuais identificados como sociólogos e os situarmos no contexto europeu do século XIX, constatamos que viviam numa época onde era necessário ter uma consciência das enormes mudanças trazidas pelo século XVIII e do seu impacto na sociedade.
O deslocamento de grandes populações campesinas para a cidade, por exemplo, gerou uma concentração de pessoas no espaço urbano cujo grau de intensidade nunca havia sido experimentado. A transição de um momento em que se cultivava a terra no campo para uma outra situação marcada pela produção mecanizada das fábricas introduziu estas populações em novos espaços de trabalho.
Novas tecnologias que pertenciam a uma nova época foram geradas. A experiência humana do trabalho assumiu uma nova forma e uma nova aplicação. Neste processo, as pessoas renovaram o entendimento acerca de como a sociedade, como uma unidade, deveria ser regulada, ou seja, as velhas elites deveriam dar lugar aos novos mestres que surgiam.
As instituições que ao longo da história, haviam se petrificado em decorrência da repetição de padrões tradicionais, sofreram um colapso diante das pressões que a adaptação ao ritmo acelerado das mudanças exigia. A sociedade européia entrava num estágio de desenvolvimento sem precedentes. Uma palavra era suficiente para descrevê-lo: modernidade.
Nas análises que foram desenvolvidas com o intuito de compreender este momento da história, e cujo enfoque assumiu direcionamentos sociológicos, o fenômeno religioso ocupa um lugar privilegiado. Basta lembrarmos os estudos desenvolvidos por Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber.
ARTIGOS
Roberta Bivar Carneiro
Campos
(UFPE)
Eduardo