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6536 palavras 27 páginas
Estratégias de mediação: algumas possibilidades para provocar aprendizagem significativa

Léa Depresbiteris

O trabalho do educador, do professor tornado educador, é esse o trabalho de interpretação do mundo, para que um dia este mundo não nos trate mais como objetos e para que sejamos povoadores do mundo como homens.
(Milton Santos)

I- A polissemia do termo mediação

O termo mediação vem sendo utilizado, cada vez com maior frequência, na literatura dos diversos campos do conhecimento: jurídico, terapêutico, educacional.
Este texto busca focar a mediação na educação, com a finalidade de suscitar reflexões sobre o atual papel do professor no desenvolvimento da aprendizagem dos alunos.
Logo de início, desejo esclarecer que o papel de professor como mediador não deve ser vislumbrado na idéia de um facilitador da aprendizagem, como algumas pessoas conceituam a mediação na sala de aula. O professor, que se pretenda mediador, é um elemento ativo, com intencionalidade na busca de autonomia cognitiva e afetiva do educando. Nesta perspectiva, deve ser um profundo conhecedor dos conteúdos de sua área de atuação e uma pessoa que tenha como crença de que todos nós podemos aprender não importa idade, sexo, etnia, gênero e raça.
Para melhor compreender a mediação na escola, creio que seria interessante discorrer sucintamente sobre possíveis significados desse conceito, por meio de algumas situações.

Situação 1
Depois de vinte anos de casados, Teresa e Vicente, resolveram separar-se. Brigas e mais brigas permeiam a divisão de bens do casal. Paulo, contratado como advogado, deverá mediar o conflito.
- Ele é um traidor, gritou Teresa.
- Você, reagiu Vicente, é que não tem noção do que está pedindo (sua voz mostra-se alterada e seus gestos demonstram irritação).
A idéia de mediação de Paulo é que, em uma causa jurídica, não deve haver “perdedores” nem “ganhadores”. O mediador é aquele que se coloca entre duas partes, que não se confunde com elas, mas

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