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Apontamentos sobre Cibernética e Automação

A geometria estuda e concebe formas que, às vezes, não têm representação na realidade do espaço terrestre; igualmente, a cibernética concebe e considera máquinas e comportamentos que ainda não existem de fato.1 Todos os poderes da computação de hoje em dia foram edificados a partir dos princípios de automação um dia pensados por ciberneticistas. Jean Ullmo sintetiza a trajetória das técnicas humanas da seguinte forma: os instrumentos prolongaram e ampliaram os sentidos do homem; as máquinas abertas multiplicaram sua força física; os computadores multiplicaram as possibilidades da sua inteligência e ampliaram o seu pensamento.2
Evidentemente que as aplicações da cibernética de modo algum se restringem à computação. As pesquisas desta ciência penetram os mais distintos campos da atividade humana, tais como: biologia, astronomia, engenharia, sociologia, psicologia etc. E tal acontece porque “Em cada caso o seu modo de abordar um problema é o mesmo, nomeadamente questionando como é que os sistemas se regulam, se reproduzem, aprendem e evoluem. O seu ponto alto é quando explica como eles se auto-organizam”.3 Daí que alguns estudiosos tenham opinado acerca de que o nome cibernética deva ser trocado pelo de “pesquisa de sistemas”.
A cibernética não se restringe aos computadores e, por esta razão, procuraremos oferecer a visão geral desta atividade científica, mostrar a multiplicidade de suas aplicações para, somente depois, prendermo-nos um pouco mais ao item computação.

Modificações na Compreensão do Universo

A História dos pensamentos moderno e contemporâneo ensina-nos que certas modificações no modo das pessoas conceberem o universo foram responsáveis por reviravoltas brutais nos posicionamentos científico e tecnológico. Isto é muito claramente explicado por Norbert Wiener, “o Pai da Cibernética”, no capítulo inicial de sua obra “Cibernética e sociedade – o uso humano de seres humanos”.4 E