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Como abordar o preconceito com as crianças
Antes de educar os filhos, pais devem rever os próprios valores e aproveitar situações cotidianas para debater o problema
Carla Hosoi, especial para o iG São Paulo | 16/01/2012 06:59:44
Foto: Getty Images
Educar para a diversidade é desafio para pais que também guardam seus próprios preconceitos
Um garoto negro, de 6 anos de idade, é retirado à força de um restaurante de São Paulo após ser supostamente confundido com um menino de rua . A cena descreve uma situação recente, ainda sob investigação, e ilustra uma realidade alarmante em um país em que a diversidade – social, étnico-racial, de gêneros, territorial, entre outras – ainda não é compreendida como algo positivo para a sociedade.
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Em 2009, uma pesquisa sobre preconceito e discriminação foi realizada pela FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) em 501 escolas públicas de 27 estados brasileiros. O estudo, que envolveu alunos, professores e pais, revelou que 99,9% dos entrevistados preferem manter distância de algum grupo social específico. 96,5% dos entrevistados expressaram preconceito com relação a portadores de necessidades especiais, 94,2% têm preconceito étnico-racial, 93,5% de gênero, 87,5% socioeconômico e 87,3% com relação à orientação sexual..
Para a pedagoga Lucimar Rosa Dias, doutora em diversidade étnico-racial e infância e consultora do CEERT – Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdade, os dados são indicadores claros de que o combate a esse quadro depende também de uma ligação sadia entre escola e família. “Não dá para esperar uma sociedade sem preconceito se não há compromisso com isso”, diz. “Educar para a diversidade não tem dia, nem hora. É essencial conversar, mostrar, dizer o que está errado. E nunca subestimar a capacidade de compreensão da criança”, completa.
Abordagem clara
Em uma