127 HORAS
Carol Slaibi
“É tão factualmente verdadeiro que é o mais próximo que se poderia chegar de um documentário real” (Aron Ralston) O filme Norte-Americano, 127 horas, conta a impressionante história baseada na autobiografia do alpinista Aron Ralston, de 28 anos, que após sofrer uma queda em um desfiladeiro isolado no Utah (EUA) em 2003, ficou preso e sozinho durante cinco dias. Produzido, co-escrito e realizado por Danny Boyle e protagonizado por James Franco, o filme foi indicado a seis Oscars, incluindo Melhor Filme e Melhor Ator. O magnetismo da fotografia compõe o jogo de imagens com enquadramentos maiores e alguns “takes” com foco para o personagem, capturando o cenário de sua batalha para continuar vivo. A trilha sonora de A.R Rahman, tão alternativa quanto à personalidade do protagonista, completa o cenário.
Segundo Comolli, o cinema nasceu documentário e dele extraiu seus primeiros poderes, aproximando-se do jornalismo pelo fato de se referir ao mundo dos acontecimentos, dos fatos, das relações, elaborando, a partir deles ou com eles, as narrativas filmadas. Ao passo que o que separa do jornalismo é que o cinema não dissimula, não nega, mas ao contrário, afirma seu gesto, que é o de reescrever os acontecimentos, as situações, os fatos, as relações em formas de narrativas, portanto, o de reescrever o mundo. Mas a partir do ponto de vista de um sujeito, formada por uma narrativa precária e fragmentada, no qual confessa e que faz dessa confissão seu próprio principio.
Durante os cinco dias em que fica preso, conseguimos perceber a força de vontade do alpinista para sobreviver, superando todos os elementos. Vivemos com o protagonista a retrospectiva da sua vida, no qual os delírios do personagem se dão a partir do “mau-comportamento” deste com seus amigos e familiares e, assim, começa a reviver todos os fatos que aconteceram antes da sua viagem. Por esse motivo, quando se vê a “beira da morte”, Aron começa a repensar suas atitudes e