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Escola Secundária Artística António ArroioBusque Amor novas artes, novo engenho,Para matar-me, e novas esquivanças,Que não pode tirar-me as esperanças,Que mal me tirará o que eu não tenho.Olhai de que esperanças me mantenho!Vede que perigosas seguranças!Que não temo contrastes nem mudanças,Andando em bravo mar, perdido lenho.Mas, conquanto não pode haver desgostoOnde esperança falta, lá me escondeAmor um mal que mata e não se vê;Que dias há que na alma me tem postoUm não sei quê, que nasce não sei onde,Vem não sei como, e dói não sei porquê.Luís de Camões,
Poemas de Amor – Antologia de PoesiaPortuguesa
Amor é um fogo que arde sem se ver,É ferida que dói e não se sente;É um contentamento descontente;É dor que desatina sem doer.É um não querer mais que bem-querer; É um andar solitário entre a gente;É um nunca contentar-se de contente;É um cuidar que ganha em se perder.É querer estar preso por vontade,É servir a quem vence o vencedor,É ter com quem nos mata lealdade.Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade,Se tão contrário a si é o mesmo Amor?Luís de Camões,
Plural – Português 10º Ano
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Escola Secundária Artística António Arroio
Soneto do Cativo
Se é sem dúvida Amor esta explosãode tantas sensações contraditórias;a sórdida mistura das memórias,tão longe da verdade e da invenção;o espelho deformante; a profusãode frases insensatas, incensórias;a cúmplice partilha nas históriasdo que os outros dirão ou não dirão;se é sem dúvida Amor a cobardiade buscar nos lençóis a mais sombriarazão de encantamento e de desprezo;não há dúvida, Amor, que te não fujoe que, por ti, tão cego, surdo e sujo,tenho vivido eternamente preso!David Mourão-Ferreira,
Poemas de Amor – Antologia de PoesiaPortuguesa
Soneto 96
De almas sinceras a união sinceraNada há que impeça. Amor não é amor Se quando encontra obstáculos se alteraOu se vacila ao mínimo temor.Amor é um marco eterno, dominante,Que encara a tempestade com bravura;É astro que norteia a vela