1044 FELIPE JUNIOR Nelson Fernandes
A HIDROVIA TIETÊ-PARANÁ E O TRANSPORTE INTERMODAL NO ESTADO DE
SÃO PAULO1
Nelson Fernandes FELIPE JUNIOR2
Márcio Rogério SILVEIRA3
Resumo
A mundialização do capital se caracteriza pela existência de espaços em transformação, resultantes da própria lógica do sistema capitalista. Partindo dessa premissa, tem-se que o crescimento da produção da natureza, das paisagens materiais e dos meios de produção conduz a um aumento progressivo da divisão do trabalho e das contradições sociais, diante de uma dialética intrínseca aos diferentes territórios. A acumulação de capitais no início do século XXI se baseia em processos de reordenamentos, como os de caráter técnico-científico-informacional e público-privado, resultando no desenvolvimento desigual entre os diferentes territórios. Os fixos (infraestruturas) são imprescindíveis para a circulação material e imaterial e para a formação de redes, conectando espaços produtores e centros consumidores. Diante desse contexto, a Hidrovia Tietê-Paraná e a intermodalidade contribuem com o transporte de mercadorias de baixo valor agregado (grãos e farelos) e intensificam as interações espaciais e o desenvolvimento regional.
Palavras-chave: Hidrovia Tietê-Paraná, intermodalidade, cargas, infraestruturas, logística.
Introdução
O atual processo de internacionalização da economia e dos mercados é conduzido em função dos interesses do grande capital, com destaque para a tecnocracia. Compreender a contemporaneidade significa considerar diversos elementos, aspectos e agentes em sua complexidade, visto que estão imbricados e se complementam, como os políticos, econômicos, financeiros, sociais e ambientais. A mundialização do capital (CHESNAIS, 1996) e o advento do período técnico-científico-informacional (SANTOS, 2002) determinam sobremaneira as mudanças nas relações entre o local, regional, nacional e global. Ademais, a expansão do sistema de