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Esquema corporalA noção de esquema corporal é fruto de uma longa progressão que levaram profissionais (neurologistas, psicólogos, psiquiatras...) a se interrogarem sobre a percepção do corpo. O bebe não nasce completamente maduro, o que o coloca dependente das pessoas que o cercam, portanto seus primeiros comportamentos inscrevem-se num contexto sócio-relacional. Graças as manipulações em que os outros submetem seu corpo é que a criança se identificara gradualmente, realizando então seus primeiros movimentos com as mãos de outras pessoas. Aqui poderíamos abrir um parêntese para os estudos de Annie Vinter sobre a imitação neonatal-corporal, onde as primeiras noções corporais do bebe passam pelo processo de imitação. A pesquisa indica que o recém, nascido imita tanto um modelo facial quanto um modelo manual, ou seja, movimentos que ele controla visualmente ou não. Poderíamos então acrescentar que nesse caso os movimentos corporais se dariam pela imitação ou pelo reflexo, mas que a noção corporal estaria ausente, não havendo dominância nem consciência do esquema corporal. Bower (1979) considera estas representações abstratas por reterem do real e do próprio corpo apenas dimensões gerais
Portanto desta abordagem inicial podemos colocar que a descoberta do esquema corporal é uma conquista gradativa da criança e sua utilização vai permitir ganhar certezas no seu próprio corpo. Conhecer seu esquema corporal é ter consciência do próprio corpo, das partes que o compõe, das suas possibilidades de movimentos, posturas e atitudes. Toda alteração no sistema motor esta associada a alterações do esquema corporal; sendo a soma de todos, os eventos que ocorrem nas funções sensitivo-motoras, afetivas ou intelectuais e que levam a consciência do próprio corpo.
Por muitos anos essa noção ficou escondida pelo desconhecimento, desinteresse e ate mesmo pela repressão da sociedade onde o corpo era instrumento de trabalho apenas para o homem e de reprodução para a mulher.