1 Resenha Nara Tarrago

Universidade Federal do Pampa
Curso de Enfermagem
Disciplina de Bioética
Discente: Nara Regina da Costa e Silva Tarragó

O Artigo “Reflexões sobre questões morais na relação de indígenas com os serviços de saúde 1” levanta a questão do choque cultural que acontece entre indígenas e profissionais da saúde em um atendimento, principalmente o primário. A pesquisa qualitativa ocorreu em comunidades indígenas na região do Alto Rio Negro/Amazonas/Brasil e avaliou a perspectiva indígena sobre questões morais que ocorrem nos serviços de saúde. O sistema de saúde é moldado em cima de uma cultura que infelizmente não contempla a todos, portanto é importante o uso de políticas públicas para que o verdadeiro papel do SUS – universalidade – seja cumprido.
Segundo citações do artigo, os seres não-indígenas não compartilham a mesma cultura com os indígenas, o que os fazem viver em habitus diferentes, ou seja, são estranhos morais. No molde social brasileiro, uma cultura comporta-se de forma superior às outras, tornando um verdadeiro desafio aos servidores da saúde, que precisam englobar todas as culturas para um atendimento mais satisfatório. A Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (Pnaspi) foi implantada em 1999 e prevê que os profissionais da saúde atuem dentro das aldeias, porém esse subsistema encontra dificuldades de realização na prática: idealmente os profissionais deveriam ser preparados para atuar em um ambiente intercultural, mas os conflitos étnicos prevalecem e a falta de literatura sobre o assunto dificulta o entendimento. A peculiaridade desse subsistema são os AIS – agentes indígenas de saúde – que auxiliaram na pesquisa e aparecem como mediadores entre a comunidade e o Sistema Único de Saúde. Como resultado, foi percebido que os indígenas preferem fazer uso de suas crenças e culturas ao invés de procurar uma unidade de atenção básica. Ao perceber que o caso é mais grave que sua medicina alternativa, os agentes comunicavam-se por radiofonia com