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Um Prêmio Nobel por uma Proteína Brilhante
Vadim R. Viviani e Etelvino J. H. Bechara
O premio Nobel de Química deste ano foi dado para Osamu Shimomura – por uma descoberta literalmente brilhante para os campos da Biologia e Medicina: a Proteína Fluorescente Verde, também chamada GFP (Green
Fluorescent Protein) – e para Martin Chalfie e Roger Tsien pela aplicabilidade biotecnológica e biomédica que essa proteína assumiu nos anos seguintes.
Proteína Fluorescente Verde, bioluminescência, prêmio Nobel
Recebido em 15/11/08, aceito em 17/11/08
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A
proteína fluorescente verde é uma macromolécula que, mediante irradiação com luz azul, produz uma intensa fluorescência verde. Ela foi isolada por Shimomura
(Figura 1) na década de 1960 a partir de águas-vivas bioluminescentes do gênero Aequorea (Figura 2), coletadas na costa oeste dos EUA.
A bioluminescência é o processo de emissão de luz fria e visível por organismos vivos com função de comunicação biológica. Ela ocorre principalmente no ambiente marinho,
Figura 1: Osamu Shimomura e a GFP
na forma de luz visível. Essa reação é catalisada por enzimas genericamente chamadas de luciferases. A natureza química das luciferinas, cofatores e a seqüência e estrutura destas variam de um grupo taxonômico a outro, levando a conclusão que a bioluminescência se originou várias vezes e independentemente durante a evolução.
Figura 2: A medusa Aequorea e o seu sistema bioluminescente de transferência de energia da luciferase aequorina para a GFP.
em organismos como bactérias, algas, celenterados (entre os quais as águas-vivas) e peixes, embora também ocorra no ambiente terrestre em organismos como vaga-lumes e fungos. A produção da luminescência ocorre por meio de uma reação química altamente exotérmica em que a oxidação de uma molécula orgânica, genericamente chamada de luciferina, libera energia preferencialmente
A seção “Atualidades em Química” procura apresentar assuntos que mostrem como a Química é uma