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Fichamento: Resistência e Submissão – A reforma Educacional na Década de 1990 Lisete Regina Gomes Arelaro.P. (95) Os economistas brasileiros costumam considerar a década de 1980 como “a década perdida”, e para nós, da educação, foi uma década extremamente rica em termos de realizações educacionais e de disputa política pela redemocratização da sociedade brasileira. É no início desta década que a reorganização dos movimentos sociais se consubstancia em entidades e instituições. Considere-se, também, que é nesta década que se completa o processo de transição “negociada” de o governo limitar para o governo civil, com o restabelecimento das eleições diretas e secretas.
P. (96) A década de 90 inicia-se com dois movimentos aparentemente contraditórios e fortes: de um lado, o desejo de implementação os direitos sociais recém-conquistados e a defesa de um novo projeto político-econômico para o Brasil, presentes especialmente nas propostas de governos municipais progressistas, eleitos em 1989; de outro, a assunção de Fernando Collor de Melo, na Presidência da República, com um discurso demagógico de defensor dos “descamisados” (os pobres) contra os “marajás” (os ricos) e um projeto de caráter neoliberal, traduzindo o “sentimento nacional” de urgência de reformas do Estado para colocar o país na era da modernidade.
Um dos primeiros atos do então presidente e sua ministra da Fazenda foi o de “cassar” a poupança dos brasileiros, em nome da necessidade do sacrifício de todos, na construção de um novo projeto de redistribuição de renda e de justiça social no país.
Do ponto de vista educacional era evidente que o presidente eleito e seu grupo- pouco expressivos nacionalmente- não tinham um projeto consistente de intervenção social. O conceito de educação como expressão de cidadania, muito citado nos discursos, não conseguiu ser prioridade no decorrer do governo, nem mesmo quando da