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Émile Durkheim (1858-1917): divisão social do trabalho e transformação social
Durkheim postula que, longe de existir uma transformação linear da humanidade, como supõem alguns pensadores, cada sociedade possui sua evolução particular. Durkheim não concorda com o postulado de Auguste Comte, segundo o qual, existe uma evolução geral do gênero humano, que consiste numa realização completa da natureza humana. Para Durkheim, tal progresso da humanidade não existe; o que existe, a única coisa que realmente é oferecida à observação, são as sociedades particulares que nascem, se desenvolvem e morrem, independentemente umas das outras. Nesta visão durkheimiana, cada povo constitui uma individualidade e todas essas individualidades distintas, sendo heterogêneas, não podem se fundir numa mesma série contínua, nem, sobretudo, numa mesma série única. A seqüência de uma sociedade não poderia ser figurada por uma linha geométrica: ela se parece antes com uma árvore cujos ramos se dirigem em direções divergentes (Durkheim, 1984a, p. 17-18). Entretanto, embora se referindo às sociedades particulares e não à humanidade em geral, a nosso ver, Durkheim concebe uma evolução linear da sociedade: de sua forma inferior, segmentar, cada sociedade particular se transforma, necessariamente, em sociedade superior, orgânica.
Nas sociedades inferiores, o substrato social caracterizado por um sistema de segmentos homogêneos e semelhantes entre si (Durkheim, 1984, p. 311), constitui-se o habitat natural da consciência coletiva tida como "um conjunto mais ou menos organizado de crenças e sentimentos comuns a todos os membros do grupo". (Durkheim, 1984, p. 150) Neste tipo de estrutura social, os indivíduos, por não possuírem nenhuma especialização em suas atividades, assemelham-se entre si nas suas maneiras de pensar, agir e sentir e, por isso, muito mais fácil é a penetração e a permanência da consciência coletiva na consciência de todos os membros do agrupamento social. Neste tipo de

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