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41977 palavras
168 páginas
Volta à Cidade do Vampiro, De /Scattolin, Francisco
1. Edição independente, 2013
Todos os direitos da obra reservados a Francisco Scattolin
Capa: Raphael Morales
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Agradecimentos
À minha família, pela confiança e suporte.
Aos amigos que leram a obra antecipadamente, pelo incentivo e consideração.
Muito obrigado.
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DE VOLTA À CIDADE DO VAMPIRO
Francisco Scattolin
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CAPÍTULO 1
CHEGOU À CIDADE COMO quem não quer nada – e não queria mesmo. Ou melhor, queria. Ah, já nem se sabe mais das suas vontades quando chegou. Mas é fato que todos em Serrópolis acharam que chegou querendo muito, alguns achando que queria tudo. Ludovico comprou a antiga mansão dos Pereira Inácio, a única casa do município afastada do centro. Não ligou para o preço. A primeira moradora a tomar contato com o sujeito foi Dona Lurdes, a criada, que chegou reclamando do serviço.
Que era muito, a casa grande, ela velha, e que, em suma, não podia aceitar. Aceitou.
O segundo foi o vereador Constâncio de Barros, um tipo antes curioso do que oportunista, quase ingênuo, mas bastante dado à arte da fofocagem e do puxa-saquismo.
Visitou Ludovico no dia seguinte à mudança, na mesma semana em que começou a nevar e não parou mais.
Neve? Quem conhece a cidade haverá de duvidar ou até mesmo contar por mentira - mas, sim, neve! Cumpre esclarecer que Serrópolis não fica precisamente em uma serra, para ser justo, mas incrustada na planície de um vale. O clima, assim, não é de montanha – é de pé de montanha. Houve quem quisesse batizá-la de Valópolis, mas felizmente o nome não pegou. Aliás, Serrópolis é de uma constituição geográfica deveras curiosa, posto que cercada de água e montanhas por todos os lados; uma ilha serrana, por assim dizer. Talvez seja difícil afirmar se a topografia serropolense é propícia ou não à precipitação da neve, mas o certo é que nevou a semana inteira, e que nunca antes na história daquela cidade, como gostava de frisar o