A técnica do romance

seller, "Holy Blood, Holy Grail," published in the 1980's. It relies on a file of documents found in the Bibliothèque Nationale de France that has since been exposed as one man's hoax. "Grande parte da estrutura das conspirações presentes em 'O Código Da Vinci' foi construída por um best-seller anterior [a ele], 'Sangue Sagrado, Graal Sagrado', publicado na década de 80. Essa estrutura se baseia num arquivo de documentos encontrados na Biblioteca Nacional da França que depois foram desmascarados como um embuste criado por um indivíduo." As frases são da autora do artigo, Laurie Goodstein, e não de um detrator da obra. A segunda informação do prólogo enquadra a Opus Dei, "organização católica profundamente conservadora", como a vilã da história, ao mencionar recentes "relatos de lavagem cerebral, coerção e [...] 'mortificação corporal'", práticas atribuídas à organização. Novamente, a atenção do leitor é direcionada para a realidade, de acordo com a ótica do autor. A terceira informação aproveita o peso da credibilidade supostamente gerada pelas informações anteriores. De modo incisivo, o autor tenta atrair para si mesmo a autoridade suprema na revelação dos "fatos", mesmo daqueles aos quais o leitor jamais terá acesso: "Todas as descrições de obras de arte, arquitetura, documentos e rituais secretos neste romance correspondem rigorosamente à realidade." O parágrafo encerra o prólogo. O leitor inicia a leitura da história sob o impacto dessa…