A Invenc A O Do Cotidiano Michel De Certeau 1

nele "uma ruptura instauradora'} nao que ele queira abandonar. esquecer ou renegar a sua existencia anterior, mas porque doravante 0 seu saber e sua inteligencia, sua energia social serao mobilizados de outra forma, pondo-se a servi~o de urn esfor~o de elucida~ao agora prioritario. Doravante ele precisa. como diz. "voltar a esta 'coisa' que aconteceu e compreender aquilo que 0 imprevisivel nos ensinou a respeito de nos mesmos. ou seja. aquilo que, entio, nos tornamos".8 Ninguem poderia furtar-se a essa tarefa: "elucida-Ia era, para mim. uma necessidade. Nao primeiro para os outros. Antes de mais nada. por uma necessidade de veracidade,,9 E a essa busca radical. de uao sa be como the dar realidade. hesita, tateia, busea um campo de a\30. instrumentos de analise. urn modo ilJeljUaJo para intervir. Reflete sabre os problemas da escola, Lias uJ1lversiJaJes. das minorias linguisticas. sobre aquilo que ,"IIlStltUl a cultura numa sociedade. Seu pensamento procura dehar seu proprIO caminho e seu objeto. e ja identificou a sua \'erdadelra questtiu: "a questao indiscreta": Como se criar? que toma 0 lugar daquela que fora a "imperiosa urgencia: 'criar 0 I:: que e como'?" 10 Nesta pergunta eu reconhe~o a primeira forma de inversao de perspectiva que fundamenta A inven~ao do cotidiano, deslocando a aten~o do consumo supostamente passivo dos produtos recebidos para a cria.;ao anonima, nascida da pratica do desvio no usa desses produtos. Em vista de suas originais tomadas de…

essa contenção e fazer explodir a sociedade. Não creio que possa ser dada uma resposta clara. Ambas as tendências existem lado a lado e até mesmo uma dentro da outra. A primeira tendência é dominante, ~ quaisquer condições prévias para reversão, possivelmente eXistentes, estão sendo usadas para preveni-la. Talvez um acid 7nte possa alterar a situação, mas, a não ser que o reconhecimento do que está sendo feito e do que está sendo impedido subverta a consciência e o comportamento do…

fisicas ... " 2 E neste sentido que Saint-Simon fala da classe industrialista como conseqtientemente destinada a tarnal-se a "classe absoluta" na sociedade. Na sociedade industrial, a domina~ao coercitiva da minoria sobre a maioria, que caracterizou formas societarias anteriores, ~~ni substituida por uma ordem livremente aceita por todos os seus membros. advento cia sociedade industrial transfere da subjuga~ao do homem para a subjuga~ao da natureza 0 impulso humano para 0 poder.…