“O CONHECIMENTO DA REALIDADE SOCIAL E A ATUAÇÃO PROFISSIONAL”
A realidade nos é apresentada como uma caixa de surpresas. Nem sempre o que vemos é real, nem sempre o que acreditamos ser o real é verdadeiramente. Para se chegar à realidade e nela intervir é preciso percorrer um árduo caminho que só é possível por meio da apropriação de um conhecimento teórico-metodológico, ético-político e técnico-interventivo. Uma vez que “As possibilidades estão dadas na realidade, mas não são automaticamente transformadas em alternativas profissionais” (IAMAMOTO, 2007, p. 21). Iamamoto (2007) afirma que:
Um dos maiores desafios que o Assistente Social vive no presente e desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir de demandas emergentes no cotidiano. Enfim, ser um profissional propositivo e não só executivo.” (IAMAMOTO, 2007, p. 20)
O desafio está no risco de que essa rotina nos ‘engula’ de tal forma que nos leva a um engessamento do pensamento e do processo de reflexão. Podemos ficar reféns de nossa rotina.
Assim, a vida cotidiana pode a ser afirmada como real por meio do pensamento e da ação profissional. Isso gera uma zona de conforto ao profissional, entretanto apresenta grandes possibilidades de conduzir a uma visão fatalista da sociedade, como se a realidade estivesse dada de modo definitivo, como nos atenta Iamamoto (2007).
O cotidiano precisa ser suspendido de forma crítica, ou seja, realizar momentos de suspensão, ainda que temporariamente, para assim, refletir e analisar criticamente a situação com a finalidade de mudar a rota, a direção da ação, não se trata apenas, por exemplo, de distribuir uma cesta básica todo mês para determinada família porque a mesma passa fome, mas refletir o “por que” desta situação, não se limitando a demanda imediata, mas