“O Caso dos Exploradores de Cavernas” -

INTERPRETAÇÃO ANTROPOLOGICA

Em decorrência de um amplo debate realizado em sala de aula, fica evidente com a leitura e analises subseqüentes do livro “O Caso dos Exploradores de Cavernas”, que o mesmo está envolto em conteúdo demasiadamente antropológico, ao passo que utiliza de argumentos capazes de estabelecer e guiar reflexões acerca do ser humano e daquilo que lhe é característico, dando ênfase às diferenças e variações entre eles.
Deve-se, porém, deixar claro que o pronunciamento de todos os juízes deste, sem exceção, é dotado de argumentos, extremamente, etnocêntricos, uma vez que se estabelece uma clara tentativa de exprimir a sua opinião em detrimento das demais, pois não se permitem entender, nem julgar o caso em uma visão diferenciada, desprezando totalmente qualquer forma diálogo como diferenciador do saber.
A trama tem início com o pronunciamento do presidente da Suprema Corte de Newgarth, nos Estados Unidos, o juiz Truepenny, C. J. , que, de modo a sustentar a lei e não transgredi-la ou propiciar qualquer encorajamento, condena os réus por meio de um pronunciamento funcionalista, deixando suas convicções de lado em função do sistema utilitarista que representa. Comportamento semelhante ao do juiz Keen, que propõe, cegamente, a adoção da lei positivada, bem como, suas sanções legais, sem levar em consideração as particularidades existentes. Para ambos, a ordem deve sempre imperar, a cultura do “eu”, aquela, cujas normas de conduta e moral representam, é mais importante e mais desenvolvida que a cultura do “outro”, pois, trata-se do último nível no estágio evolutivo, daquilo que há de mais adiantado em nossa sociedade.
Para provar que não houve violação aos dispositivos legais, o juiz Foster, pauta-se no princípio do relativismo, onde se busca a compreensão da cultura e de suas particularidades, sem estabelecer qualquer forma de hierarquia, já que, tanto o pesquisador quanto o objeto a ser pesquisado, compartilham, embora, muitas vezes nem se