“Uma História de Borboletas e O Escafandro e a Borboleta”
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM LITERATURA BRASILEIRA
DISCIPLINA: Literatura e outras linguagens
PROFESSOR: Dr. Márcio Venício Barbosa
ALUNO: Eliziane C. Ataliba de O. Silva
“Uma História de Borboletas e O Escafandro e a Borboleta”
Setembro -12
Uma história de Borboletas do Caio Fernando Abreu, da obra Pedras de Calcutá de 1996, apresenta uma linha limítrofe entre a salubridade e a insalubridade humana. Narrado em primeira pessoa apresenta de forma confessional, passional, a internação do amante do narrador, André, que tem o desvario de ter inúmeras borboletas de diversas cores saírem de dentro do cérebro. Com o passar do tempo, começa a ter crises constantes, sucessivas e cada vez mais intensas. Além disso, o narrador acredita que o seu amásio cria uma habilidade surpreendente: a de olhar e “transpassar as pessoas”. Ou seja, é como se ele tivesse o poder de ver coisas que nem elas sabiam. Por não saber lidar com a situação, o narrador interna-o. Após o internamento de André, descreve que também adquiriu essa capacidade, assim como a de sentir borboletas saírem de seu cérebro. A princípio, no início do conto, percebe-se uma descrição indolente sobre a insanidade do personagem André, o que parece uma menção paradoxal, já que este era amante do narrador (ABREU, p. 98) “[...] André — desculpem a minha audácia ou arrogância ou empáfia ou como queiram chamá-la, enfim: André enlouqueceu completamente”. Tal comportamento do narrador pressupõe que apesar da convivência, os personagens não vivem mais “maritalmente”. Inclusive, o narrador ironiza a condição em que se encontra André no momento em que decide colocá-lo no hospício e assim justifica:
[...] Então optei pelo hospício... 1º.) eu tinha pouquíssimo dinheiro e André menos ainda, isto é, nada, pois deixara de trabalhar desde que as borboletas começaram a nascer entre seus cabelos; 2º.) uma