“Racismo ‘à brasileira’”
“Racismo ‘à brasileira’”, da mestre e doutora em antropologia social Lilia Katri Moritz Schwarcz, traz um conjunto de ideias sobre o preconceito – sobretudo, racial. O texto fala sobre como o preconceito existe na sociedade; mas é sempre jogado para longe ou para fora da esfera pessoal. Lilia procura descrever como esse preconceito atingia e modificava ações no meio social desde a escravidão até tempos mais recentes e de como a população passou por um constante processo de “branqueamento”.
O texto mostra como as pessoas buscavam por uma ‘nacionalidade essencial’, uma identidade feita de continuidades. Por outro lado, a afirmação da unidade nacional passava pela seleção da paisagem e de seus habitantes, tomados de forma idealizada no indianismo, por exemplo. A partir de um caminho tortuoso, recuperava-se a representação paradisíaca da ‘boa raça brasileira’ e se ocultava a existência de negros e da escravidão. Mesmo mais da metade da população sendo negra nos anos de 1870, sua existência foi apagada.
A partir do século 19, como indica o texto, o indianismo era esquecido e passava-se a destacar (e condenar) a grande mistura racial existente no país. Mesmo com esse contexto, mantinha-se que raças diferentes pressupunham capacidades e atributos morais diversos e sendo assim, basicamente, que negros e mestiços eram ''cientificamente'' incapazes ou limitados intelectualmente.
Ainda seguindo o texto e citações de Lilia Schawrcz, os anos 30 foram marcados pelo culturalismo no Brasil: elementos da cultura nacional que oscilavam entre o otimismo e o pessimismo em excesso levando em consideração a ideia de que a população era representada pela mestiçagem. Também, nessa época, símbolos da identidade cultural originalmente advinda de população predominantemente negra (Capoeira, comida, samba) foram incorporados a nossa cultura.
Porém, a partir dos anos 50, mesmo assumindo a “raça nacional” como mestiça, apareciam sinais de discriminação e