“Opiniões políticas e sentimentos partidários dos eleitores brasileiros”.
O autor faz uso de quatro surveys aplicados em 1990, 1997, 2002 e 2007 para buscar entender como o eleitor brasileiro se posiciona e se sente em relação aos partidos políticos, e a influência que isto tem no ato do voto. Porém, o autor expõe que o método usado em sua pesquisa apresenta falhas metodológicas, se trata de uma análise bivariada. Carreirão coloca essas falhas devido à variação da amostra, dos questionários e da diferença entre os surveys. Entretanto, acrescenta ao seu trabalho, uma hipótese que relaciona a perda do sentimento político com o enfraquecimento da ideologia esquerda-centro-direita, afirmando a aproximação da dicotomia governo-oposição para definir posicionamento eleitoral sendo pautada pelo comportamento e desempenho dos candidatos, partidos e governantes. (p.319-322) O autor escreve a revisão de literatura baseando-se em Paiva e Castro para afirmar, respectivamente, que os sentimentos partidários tendem a diminuir em conjunto com a identificação com os partidos e que a identificação partidária ganha força apenas em período eleitoral. (p.323 e 324) Analisando o embate PT e PSDB, ao expor que a transferência de voto de um partido para o outro condiz mais com a rejeição do que identificação de ideias, o autor apresenta o resultado de sua pesquisa. O autor consegue afirmar, por meio dos resultados obtidos, que os eleitores mais democráticos, participativos ou liberais se identificam com a esquerda e defendem a centralização do poder político. E os mais autoritários e conservadores tendem a direita e a intolerância política. (p. 324 e 351)