“Nietzsche: Corpo e subjetividade” - Miguel Angel de Barrenechea
“Nietzsche: Corpo e subjetividade”
- Miguel Angel de Barrenechea
Já Nietzsche critica toda essa compreensão pré-existente do homem. Ele considera fantasia e ficção a razão separada do corpo. Bem como ele cita nos três fragmentos que Miguel Angel apresenta no texto:
Nem existe ‘espirito’, nem razão, nem consciência, nem alma, nem vontade, nem verdade: São ficções inutilizáveis. (Nietzsche, primavera 1888, 14 [122]).
E o que dizer do Eu! Ele se tornou uma fabula, uma ficção, um jogo de palavras: ele parou absolutamente de pensar, de sentir e de querer! [...] O que se segue daí? Não há modo algum nenhuma causa espiritual! Toda a pretensa empiria inventada para isso foi para o inferno! (Nietzsche, 200: p. 3).
Tomar o corpo como ponto de partida e fazer dele o fio condutor, eis o essencial. O corpo é um fenômeno mais rico que autoriza observações mais claras. A crenças no corpo e bem melhor estabelecida do que a crença no espirito. (Nietzsche, agosto- setembro 1885, 40 [15]).
Nietzsche coloca o corpo como fio condutor interpretativo, ele diz que o corpo é um fenômeno mais rico que autoriza observações mais claras. Assim, o homem é o corpo que é um permanente jogo de forças de instinto em relações, trata-se de uma luta entre sentimentos, afetos entre impulsos num constante embate.
Mais afrente ele aborda o seguinte sobre o sujeito pensante: “É o fato de que um pensamento ocorre apenas quando quer e não quando ‘eu’ quero, de modo que é falsear os fatos dizer que o sujeito ‘eu’ é o determinante na conjugação do verbo ‘pensar’. ‘Algo’ pensa, porém não é o mesmo que o antigo e ilustre ‘eu’” (Nietzsche, 1993: p.17) e “o homem será interpretação a partir dos instintos (triebe) artísticos que o constituem, pelo continuo confronto entre forças apolíneas e dionisíacas” (Nietzsche, 2006, p.1) .
Essa questão sobre o sujeito pensante remeteu ao grupo a questão abordada no artigo “Na subjetividade na linguagem” de Emile