“Guerrilha no palco – os anos mais duros da ditadura militar também foram marcados pelo teatro de resistência, conteúdo político e denúncia social”:
No inicio da década de 60 foi um drama de um humilde lavrador nordestino fazia sucesso no teatro brasileiro. O espetáculo era realizado pelo Teatro Brasileiro de Comédia - TBC, sob a direção de Flávio Rangel e com o texto de Dias Gomes. A peça teatral girava em torno da figura de Zé do Burro, pequeno lavrador que, querendo curar seu burro, faz uma promessa a Santa Bárbara: carregar uma cruz, de sua cidade até Salvador. Na capital, enfrenta a oposição do pároco e se torna, apesar da simplicidade de seus propósitos, centro de todas as atenções de uma população urbana que o acolhe como figura exótica
Nas duas décadas seguintes, o teatro de militância, que retratava a realidade que o país estava vivenciado passa a conquistar os palcos. Entretanto, anos antes Jorge Andradade, já problematizava os acontecimentos decorrentes daquela época. Um exemplo é a peça a Moratória (1955) que enfoca a crise na produção cafeeira nacional gerada pela quebra da Bolsa Valores de Nova York, e acompanha a derrocada de uma aristocrática família reduzida subitamente à pobreza.
Apesar do grande sucesso destas peças teatrais é preciso destacar o Teatro de Arena, que contribui para a disseminação da dramaturgia nacional nos anos 60. Utilizavam o formato circular no espaço físico do teatro, aproximando o ator e a plateia. Além disso, visava à economia do espetáculo. Sem a necessidade de cenários, o grupo podia abolir muitas despesas. O teatro da complicada década de 60 era mais do que um espelho da sociedade brasileira, era principalmente uma ferramenta capaz de contribuir para mudanças.
O Teatro de Arena, sobretudo passava mensagens políticas, simples e diretas. O grupo colocou em prática uma nova concepção de encenação desvinculando personagens de atores. Criando assim, o chamado “sistema coringa”, no qual todos os