“Flanco aberto”
Contas externas do Brasil pioram nos últimos meses por falta de competitividade no mercado. Por tal motivo, o país registrou nesse primeiro quadrimestre um déficit comercial de US$ 6,2 bilhões – um recorde para esse período do ano.
As exportações caíram 3,1% e as importações cresceram 10,1% comparado aos dados do ano passado. O país perde espaço nos seus principais mercados do mundo, como para Europa, EUA e até China - só nesse primeiro trimestre as vendas caíram 10%, 25% e 2,2%, respectivamente.
Isso decorre da falta de competitividade para produzir e vender produtos manufaturados. O país localiza-se numa posição de risco porque suas exportações se concentram em matérias-primas- tais produtos não têm valor no mercado como teve na última década.
Produtos agrícolas (como a soja brasileira) estão menos sensíveis a essa mudança - a melhoria da alimentação asiática e a pouca concorrência dada a quebra de safra ocasionadas por clima são os motivos principais, mas contar apenas com isso no mercado internacional é arriscado, já que há apenas a produtividade nacional nesse setor.
Segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) já no primeiro trimestre, o déficit atingiu US$ 16 bilhões e nos segmentos de média e alta tecnologia piorou para US$ 22 bilhões.
A conta de serviços do país ( balança comercial, pagamentos de dívidas, gastos de viagens e remessas de dividendos) também foi afetada. O déficit externo já está aproximado em US$ 70 bilhões em 2013 e no próximo ano pode chegar a US$ 100 bilhões, o que ocasionaria a volta de dependência de capital externo de curto prazo.
Mesmo com reservas de US$ 375 bilhões, não se sabe o comportamento dos investidores dos EUA se o juros subir, por tal motivo, a situação é preocupante.