“Eu quero viver de dia”-Uma análise da inserção das transgêneros- no mercado de trabalho
28, 29 e 30 de 2006
Sexualidades, corporalidades e transgêneros: narrativas fora da ordem ST. 16
Evelyn Raquel Carvalho
UFPR
Exclusão- psicologia social- transgêneros- trabalho
“Eu quero viver de dia”-Uma análise da inserção das transgêneros- no mercado de trabalho 1.Transgênero como sinônimo de prostituição e perigo: Coragem e luta pelo acesso ao emprego
O escuro da noite é o único espaço permitido às transgêneros, denuncia
Maitê
SCHNEIDER, transexual e militante do movimento GBLT, em sua peça de teatro que originou o título inicial deste texto. Infelizmente ainda é no escuro da noite que se concentra a maior porcentagem da carreira profissional e da visibilidade das transgêneros. É no escuro da
“noite”que maioria dessas batalhadoras, ganha o seu “dia”, o preconceito torna a prostituição uma solução imediata e rápida.
Em um folder de divulgação do Projeto Casa de Vivência Saara Santana
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, encontra-se a seguinte reflexão : “A lei garante o direito de trabalho ao cidadão
brasileiro. Se é nosso direito, porque não conseguimos emprego? Porque não temos chance de trabalhar ? “ A questão da discriminação é uma constante nos discursos sobre transgêneros e inserção profissional. Numa perspectiva de gênero sobre a absorção das transgêneros pelo mercado de trabalho, Miriam ADELMAN (2003, p. 83-84), argumenta:
Basta uma rápida olhada nos anúncios de emprego para deixar claro que o mercado de trabalho possui uma estrutura segmentada pelo gênero-definido pela dicotomia convencional homem/ mulher. Muitos valores subjetivos e avaliações estão embutidos nesta divisão- sobre aquilo que um homem ou uma mulher pode ou deve fazer. Pessoas com uma ambigüidade de gênero poderiam causar confusão e sentir rejeição, por não se encaixarem facilmente nos nichos que existem no mercado de trabalho. A mesma ambigüidade pode ser vista como algo capaz de perturbar o desempenho da função, principalmente num mundo