“Alfabetização – O Construtivismo no Brasil: contribuição, equívocos e conseqüências para a alfabetização”.
Ferreiro e Teberosky, psicolinguistas argentinas, iniciaram em 1974 uma investigação, partindo da concepção de que a aquisição do conhecimento se baseia na atividade do sujeito em interação com o objeto de conhecimento e demonstram que a criança, já antes de chegar a escola, tem idéias e faz hipóteses sobre o código escrito, descrevendo os estágios lingüísticos que percorre até a aquisição da leitura escrita. Assim, as autoras desenvolveram sua pesquisa com fundamentos psicolingüísticos quando recapitulam o construtivismo, deixando claro que a teoria piagetiana acumulava pesquisas insuficientes para dar conta da linguagem, tendo aí um papel marginal na constituição das competências cognitivas, fazendo com que buscassem, na psicolingüística, fundamentos para a investigação da psicogênese da língua escrita.
A descoberta do processo de aquisição da língua escrita, por crianças, levou Ferreiro a indagar se sua pesquisa aplicada a adultos analfabetos encontraria os mesmos resultados.
2.2 – Equívocos da interpretação da Psicogênese da língua escrita.
O referencial teórico da psicogênese da língua escrita leva-nos a entender que a escrita é uma reconstrução real e inteligente, com um sistema de representação historicamente construído pela humanidade e pela criança que se alfabetiza, embora não reinvente as letras e os números. A criança alfabetiza a si mesma e inicia essa aprendizagem antes mesmo de entra na escola, e seus efeito prolongam-se após a ação pedagógica, período durante o qual, para conhecer a natureza da escrita, deve participar de atividades de produção e interpretação escritas, tendo o professor o papel de mediador entre a criança e a escrita, criando estratégias que propiciem o contato do aprendiz com esse objeto social, para que possa pensar e agir sobre ele.
Enquanto a segmentação silábica está ao alcance de qualquer locutor