‘Estrutura’ em linguística
BENVENISTE, E. “Estrutura” em linguística. In: BENVENISTE, E. Problemas de linguística geral I. 2. Ed. Campinas, SP: Pontes/Editora da Universidade Estadual de Campinas, 1988.
No texto “estrutura” em linguística, Émile Benveniste discute a noção de estrutura dentro da teoria linguística. Assim, ele retoma alguns tópicos das teorias saussurianas e os estudos lingüísticos, sobretudo fonológicos, da Escola Linguística de Praga.
De acordo com Benveniste, o termo “estrutura” se desenvolveu consideravelmente e passou a ter, dentro da linguística, um valor doutrinal. É do termo “estrutura” que provem “estrutural”, “estruturalista”; e o nome de uma famosa corrente linguística: o estruturalismo. Acrescenta-se a isso que esses mesmos termos foram descolados para outras áreas do saber, como a antropologia e a sociologia, por exemplo.
Segundo Benveniste, “estrutura” remota a um pequeno grupo de estudiosos da linguagem que se reagiram contra a concepção histórica da língua. Benveniste aponta que Ferdinand de Saussure pode ser considerado como uma dos precursor, isto é, Saussure focaliza os estudos lingüísticos para o extinto da língua e isso só é possível graças a publicação do Curso de Linguística Geral, que foi organizado e editado por três alunos de Saussure – Bally, Sechehaye e Ridlinger. Entretanto, Saussure jamais se utilizou do termo “estrutura”, mas se valendo muitas vezes da nossa de “sistema”, aponta Benveniste. Para o lingüista genebriano, a língua forma um sistema.
Benveniste argumenta que a noção de “estrutura” pode remontar a uma passagem do Curso em que Saussure diz ser impossível separar os elementos que compõe o sistema linguístico, ou seja, o sistema linguístico é de todo solidário e um termo só pode ser definido se comparado com outros elementos os quais também forma o sistema. Dessa noção se utilizaram os fonólogos da Escola de Praga naquela passagem do curso, afirma Benveniste, está o embrião