É possível considerar a subjetividade no estudo das psicopatologias?
R: Podemos usar a teoria do “O caso decisivo” (aquele que serve adequadamente para testar uma teoria bem-formulada), assim como o “O caso revelador” (presta-se como possibilidade de observar e analisar um fenômeno geralmente inacessível à investigação científica), para considerar a subjetividade nos estudos psicopatológicos, que, conforme citado no artigo estudado ficou tão ausente das pesquisas em Psicopatologia nas duas últimas décadas.
Conhecer o lado vivido subjetivo vai construir fundamentos para que os profissionais consigam atingir alguns dos seus objetivos; 1- indicar que o tratamento para pacientes psiquiátricos graves não deve estar centrado na remissão dos sintomas, mas em auxiliá-los a criarem novos modos de viver que, embora diferentes dos momentos anteriores à experiência do adoecimento, possam dar continuidade à própria vida; 2- o sucesso do tratamento depende, em grande parte, da possibilidade do profissional valorizar o que o paciente toma como importante para si.
Fica evidente que os estudos conseguiram articular a dimensão sintomatológica dos quadros psicopatológicos à dimensão subjetiva da experiência do adoecimento e seus aspectos relacionais e interpessoais.
RESUMO “A inclusão da subjetividade no ensino da psicopatologia”.
Encontramos na Psicopatologia Descritiva – tendência hegemônica - um adelgaçamento da análise psicopatológica, que se reduz aí a uma sintomatologia, no sentido da descrição objetiva de um repertório de sintomas. Isto descola o estudo da Psicopatologia do plano das vivências (subjetivas) e o remete para a objetividade do quadro nosográfico no qual se expressa o diagnóstico. Kraus (2003; 1994) chama esse tipo de procedimento de Psicopatologia Sintomatológica-Criteriológica e pode ser caracterizada como uma Psicopatologia representacionalista (Parnas & Bovet, 1995). Dito de outro modo, ela entende que as entidades clínicas/categorias