Ópera dos mortos
O Título já mostra indícios de que a obra girará em torno da morte e melancolia.
Narrativa:
Apresenta a história da família Honório Cota a partir de um velho sobrado que, em sua arquitetura barroca, já corroída pelo tempo, vai revelando o destino de seus moradores, marcados pela tragédia, numa cidadezinha no interior de Minas Gerais.
Com o correr dos anos, o casarão vai se impregnando cada vez mais dos fantasmas dos antepassados, que transformam tudo, de objetos a ambientes, em signos da morte. É neste ambiente opressivo e desolado que Rosalina, filha única de Capistrano, vai viver depois da morte de seus pais. Solteira, isolada do mundo e tendo como única companhia a empregada Quiquina, que é muda, ela passa seus dias fazendo flores de pano e vagando entre relógios parados e paredes carcomidas.
A narrativa focaliza o íntimo de Rosalina, que assume as personalidades contraditórias do pai e do avô, Lucas Procópio, herdando deles não apenas características físicas. Do pai herda também o orgulho ferido de um fracasso político.
Divisão:
Nove capítulos cujos títulos servem de temática ao desenvolvimento dos mesmos;
Cada capítulo induz o leitor a uma leitura visual pelo interior e exterior dos personagens e à medida que a narrativa se desenrola, o leitor vai recebendo explicações sobre os acontecimentos anteriores e entendendo que, na verdade, são os mortos que comandam essas vidas.
Todo o texto é organizado em torno da morte.
Rosalina só nasce após sucessivos abortos da mãe e ela própria perde o filho no desfecho da narrativa. Solitária, vivendo apenas com Quiquina, que é muda, a protagonista se enclausura no sobrado construído pelo pai.
Ação, espaço e tempo
Sobrado é um personagem. Ponto de referência para se retornar à história da família Honório Cota uma vez que as suas ruínas contam o passado de três gerações.
Com dois pavimentos, a parte de baixo, austera e pesada, fora construída pelo Coronel Lucas Procópio