Índios e Brancos na Amazônia em Meados da Década de 1990
Natureza e Sociedade na Amazônia Atividade avaliativa
O caboclo é um conceito regional amazônico. Coloquialmente, em sua região, é usado como uma categoria de mistura racial (branco e índio); uma categoria social (que diferencia os ricos, brancos, da baixa classe rural, caboclos); relacional (distinguir pessoas com uma das qualidades “rural, descendência indígena e “não civilizada” (ou seja, analfabeta e rústica), que contrastam com as qualidades urbana, branca e civilizada” (Deborah de Magalhães Lima, 1999, p.7). Em geral, a população rural pobre e a urbana pobre são chamadas de caboclos. Além disso, é sempre um conceito sobre o outro, raramente sendo autodeterminado, onde este outro deseja legitimar seu status em detrimento do status menor do caboclo, o que mostra como o termo é utilizado de forma pejorativa – além disso, são associadas às características pejorativas associadas aos índios como pessoas preguiçosas, passivas, ociosas, etc. Para a antropologia, seu conceito é fixo: é “o campesinato histórico da Amazônia” (idem). Trata-se aqui de uma categoria social com base em atributos econômicos, políticos, e culturais. O caboclo seria então o pobre camponês, indígena, que se originou das políticas coloniais do século XVIII, onde se produziam bens para o mercado europeu. Parte muito importante de todas estas definições de caboclo é que elas são externas: foram criadas por brancos, e os próprios caboclos não se reconhecem como tais. Mesmo por que, esta definição carrega uma conotação negativa, não somente para os brancos, mas para os índios.
Ora, um índio não se importa de ser chamado de um nome que os distingue dos brancos (ou seja, de índio), pois eles realmente o são e têm orgulho de sua cultura (ao menos os “antigos”), mas ser conhecido por ser um híbrido entre índio e branco, é como ser um índio degenerado, que abandonou sua cultura em prol da cultura dos brancos –a origem do termo caboclo é