Ética
Como interpreta PELBART*,
chatelet
“a equação contemporânea, diz Châtelet, é de uma clareza matemática: Mercado=Democracia=Homem médio. Ou, em outros termos, a Mão invisível doMercado não só dirige o Consenso democrático mas faz de todos nós esse gado cibernético que pasta mansamente entre os serviços e mercadorias ofertadas (….) O resultado é uma extraordinária operação de anestesia social, fundada na unidade atômica indispensável, o homem médio estatístico, o consumidor ideal, de bens e serviços, de entretenimento, de política, de informação, o cyber-zumbi. O homem médio é resultado dessa fabulosa engenharia social: eis nosso encontro com a modernidade, a capitulação elegante aos ditames da Mão invisível, o contra-ataque planetário dos imbecis”.
Esse homem médio, mediano ou mediocre é uma versão piorada do mesmo cidadão comum, mas nem por isso desinformado ou sem formação, que durante o Holocausto justificou seu apoio ao regime nazista e aos crimes de guerra, por sua inação e irresponsabilidade (no sentido de não sentir-se responsável) pelos planos de dizimação de um povo inteiro (e mais os ciganos, homossexuais etc). O 'homem de bem', contra a ameaça judia ou comunista (como aconteceu nos EUA), era capaz de entregar seu vizinho de décadas e cujos filhos eram amigos e cresceram juntos, porque um tipo de racionalidade burocrática possibilita a idiotia moral, a falta de juizo moral, a falta de responsabilidade por decidir, pois a decisão já está tomada, ele apenas a confirma, ao não agir, inclusive.
A mente mediana, o homem médio, é um idiota moral. Ele não pensa por si mesmo (Curtis White é quem o diz, ao analisar a sociedade americana, da qual faz parte).
O homem médio, no entanto, não é culpado sozinho. O mundo, Ocidental em particular, parece ser um sistema auto organizado que para melhor funcionar transforma os homens em coisas inuteis, somos cada vez mais a parte dependente do mundo