Ética
ASPECTOS DO DEBATE ÉTICO CONTEMPORÂNEO
O autor, no início do texto, destaca o Professor José Henrique Santos. Intelectual conhecedor da história da filosofia, que ensina que o retorno ao passado é uma forma eficaz de se fazer filosofia no presente. Traz para a discussão a ética nas sociedades capitalistas contemporâneas.
Destacou o aparecimento de um debate sobre questões de ética e moral, nos últimos anos, em particular no Brasil.
Bignotto faz duas observações. Primeiro, que ocorre um engano por muitas pessoas, que julgam como de falta de ética, certos comportamentos praticados por ocupantes de cargos públicos e que cometem desvios, os quais na verdade cometem crimes, que transgridem o Código Penal, e que devem ser julgados e punidos pela justiça. Caso ocorra desvio ético, ocorre nas instâncias encarregadas de julgar e punir. Graves desvios na vida pública não são suficientes para caracterizar uma crise ética, desde que tenhamos mecanismos capazes de coibir abusos e um conjunto de valores aceitos por boa parte da coletividade. A segunda observação está mais ligada ao sentimento de mal-estar que vários setores da sociedade vêm se manifestando diante de algumas instituições de punir os abusos cometidos. Nessa, nos aproximamos mais de crise ética, de que nossas relações conjuntas estão sendo regidas por normas de conduta que não correspondem às expectativas de uma parte importante da sociedade.
A crise, que se apresenta por meio do descontentamento da população, tem origens que ultrapassam nossa história particular, ancorando-se na experiência radical vivida pelas sociedades modernas, de destruição dos referencias do passado, afirma o autor.
O autor se reporta a Hannah Arendt. A pensadora parte em suas análises da história política da Grécia para explicar o que era considerado “público” e “privado”.
Bignotto conclui que não há uma definição regular para o que é considerado público ou privado, mas ambos se complementam e são