ética e saúde
O estudo da ética, conceitos e aplicações, é tão importante hoje como foi ainda na antiguidade. Conforme Aranha e Martins (2000), a reflexão ética propriamente dita se inicia no mundo ocidental na Grécia antiga, quando os filósofos procuram o fundamento moral segundo uma compreensão da realidade distanciada dos relatos míticos. A razão, constante reflexão através do pensamento, passa a ser a forma pela qual se busca modelos de entendimento de todas as coisas assim também de como pode ser a relação entre as pessoas. Conforme Sertillanges apud Camargo (2001, p. 19) entre as várias definições de ética preferimos a seguinte: “Ciência do que o homem deve ser em função daquilo que ele é”. Ainda para Camargo (2001, p. 19) a ética estabelece um dever, uma obrigação, um compromisso. Mas qual é o seu fundamento? É o próprio ser do homem: é da sua natureza que surge a fonte de seu comportamento. Aliás, isto acontece com todas as coisas: o agir depende do ser; cada coisa se comporta de acordo com elementos que a compõe, formando sua unidade. O que esperamos de um giz? Que ele escreva, pois é de sua natureza escrever. O que esperamos do sol? Que ele brilhe, pois isto é de sua natureza. Assim, podemos dizer de tudo o que existe: em cada ser há um conjunto de energias para produzir determinadas ações, acarretando como consequência certos deveres: o dever do giz é ser e agir como giz, o dever do sol é ser e agir como o sol. Igualmente vale para ser humano: a única obrigação do homem é ser e agir como homem. Assim qualquer que seja a situação específica da pessoa deve embasar-se na realização do fundamental; assim, o administrador, antes de ser administrador, ele é uma pessoa humana, e só vai realizar-se como administrador na medida em que realizar-se como pessoa. O mesmo podemos afirmar de outros papéis: ser pai, mãe, enfermeiro, professor, advogado, político, etc., exige antes de tudo ser pessoa, ser gente, ser “homem”.